quarta-feira, 14 de dezembro de 2005

Mitologia





Todos nós precisamos contar a nossa história...
Compreender a nossa história.
Precisamos que a vida tenha significação,
Precisamos tocar o Eterno, compreender o misterioso, descobrir o que somos.
(Bill Moyers)

Essa frase foi tirada do livro O Poder do Mito. Nele Bill Moyers entrevista Joseph Campbell, o Papa da Mitologia. Essa é uma leitura que eu sugiro muito. A mitologia é algo em que o artista deve se apoiar, para que sua arte seja universal (claro, se esse for seu objetivo).
"Por que é a mitologia, em todos os lugares, a mesma, sob a variedade dos costumes?" (Campbell)


Alguns pintores transformam o sol em mancha amarela. Outros, transformam a mancha amarela em sol.
(Pablo Picasso)

terça-feira, 13 de dezembro de 2005

O Ateliê!




Traduzindo:
O Artista não cria a sua obra apenas com seu intelecto,
mas com a totalidade das suas forças espirituais

De acordo com Oscar Wilde "Tudo importa na Arte, excepto o assunto".

Não sei se eu concordo com ele... Talvez tudo importe...

Bom, fica colocada a questão para reflexão.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2005

Amizarte

Artistas Fazendo Arte...
A Arte da Amizade!

Renata Galvão é uma artista plástica muito talentosa. Anotem esse nome!
Caberia escrever algo profundo sobre amizade nesse momento...
Mas não há o que dizer - A razão não pode expressar.
É que nem saudade, só sentindo pra sacar.
É dividir uma tela
para pintar, pintar, pintar!

sábado, 10 de dezembro de 2005


Este rapaz, Auguste Renoir,
não tem o menor talento.
Diga a ele para desistir de pintar.
(Edouard Manet)

Oração da Gestalt-terapia



Eu faço minhas coisas,
você faz as suas
Não estou neste mundo para viver de acordo com as suas expectativas
E você não está neste mundo para viver de acordo com as minhas
Você é você e eu sou eu
E se por acaso nos encontramos, é lindo
Se não, nada há a fazer.
(Perls)

sexta-feira, 9 de dezembro de 2005

Antonio Rodante


Antonio Rodante… Minha primeira referência em Arte…
Irmão mais novo do meu saudoso pai, já pintava antes mesmo de eu nascer. Cresci em seu ateliê, acompanhando fascinada seus trabalhos e projetos, me encantando não apenas com seus desenhos, pinturas, esculturas, criações de cenários, fantoches e peças de teatro, mas também com sua entrega, sua paixão por todas as formas de expressão e sua dedicação incondicional à Arte.
Apesar de ser um apreciador da leitura e da reflexão sobre todas as vertentes da criação, Antonio sempre me pareceu trazer uma bagagem pessoal, algo que transcende a simples questão do Dom, da Vocação e que atinge um outro patamar, algo como o transpirar de um espírito crítico e um conhecimento de causa que vai muito além do estudo.
A Arte de Antonio Rodante é enigmática como ele próprio. Resultado de anos de pesquisas de materiais, de estudo de História, preocupação com as implicações sociais de seu trabalho, somadas a uma visão de mundo muito particular, apaixonada e detalhista, alcança tremendo grau de estruturação e de conteúdo que apenas os museus conseguiriam abrigar. A especial maneira como ele observa o mundo e a forma como ele elabora esta mesma visão, traduz-se num trabalho marcante, único e muito forte.
Suas esculturas, firmes e virtuosamente elaboradas, possuem seu sangue e sua maestria. Suas pinturas, rapidamente e impulsivamente finalizadas, ao mesmo tempo em que são demoradamente formuladas e profundamente racionalizadas, possuem um valor inestimável e individual…
Sua influência no meu trabalho se apresenta principalmente na questão da superação. Meu maior crítico e exemplo, colocou seu próprio sangue na minha primeira escultura.
Foi ele quem me deu esse cachorro. O nome dele é Dooley (do desenho do pica-pau). Esse fiel personal inspirator me faz bastante companhia enquanto pinto, mas já destruiu uma meia dúzia de pincéis.

Vento a Favor


Da década de 80 para cá a febre de instalações, performáticas e intervenções vem dominando as novas gerações de eventuais postulantes a artistas. Alguns até conseguem atingir resultados satisfatórios, evidenciando qualidade em seus trabalhos, fruto de pesquisas sérias e persistências na busca de soluções inventivas.
A maioria, no entanto, não atinge o mínimo. São produções inconsistentes, efêmeras (em todos os sentidos) e que servem tão-somente para discussões e comentários entre os próprios praticantes.
Daí que obras a exigir concentração, sensibilidade e principalmente virtudes de sólida realização vão ficando para um seleto grupo. Rareiam na atualidade bons desenhistas, pintores, escultores gravadores e áreas afins exatamente pelas exigências e dificuldades do mister.
Um dos jovens em busca de afirmação na pintura de São Paulo é Fernanda Rodante. Com apenas seis anos de estudos e práticas contínuas no improvisado ateliê no jardim de sua casa, já estabeleceu a meta a atingir. Começa a tocá-la.
Mesclando áreas abstracionistas com figuras, simbólicas ou em formas explícitas, ela obtém equilíbrio nas linhas e cores. Nestas, evita o uso acentuado das vibrações cromáticas, optando pela maleabilidade do branco e cores neutras. Consegue múltiplas imagens, algumas desafiadoras, como se envoltas em brumas.
Adepta dos movimentos do vento, de pipas e cataventos, quase sempre presentes em seus quadros, Fernanda abriu caminho para uma sólida realização.

Ivo Zanini
Membro da Associação Brasileira de Críticos de Arte
SP - Março de 2002

De acordo com Chen Kong FANG:

"Fernanda Rodante é uma das mais autênticas artistas da nova geração no Brasil, pois possui doutrina constante, imaginação particular e talento incomum. Sempre firme na sua linguagem, apresenta uma serenidade em seus trabalhos que é essencial para esses tempos conturbados."

Uma resposta:

Honorável mestre: suas aulas de pintura podem ser descritas como verdadeiras lições de saúde. Há quem diga que a arte está intimamente ligada à loucura, mas não conheci pessoas tão lúcidas como você.
Como agradecer pela sua sapiência e generosidade? Como descrever sua grandiosidade?
Celebro sua existência e vivo para sorrir ao pronunciar o seu nome.

Chen Kong FANG - Terceiro e último Mestre



"Para vir a ser um Iluminado, você tem de trabalhar consigo mesmo, com suas barreiras, com suas dificuldades – mas com as suas próprias. Para transformar-se em Mestre, você tem de trabalhar com as barreiras e dificuldades dos outros. Trabalhar consigo mesmo é tão difícil. Trabalhar com os outros é quase impossível." (Rajneesh)

Fui apresentada a ele pela minha amiga Vivian Gebara.
Ela me levou até a casa dele numa manhã ensolarada que marcaria para sempre a minha vida.
Conheci esse sábio chinês, sua casa e suas obras e comecei a freqüentar seu ateliê. Com ele aprendi tantas coisas!
Consegui soltar uma pincelada amarrada em traços que pareciam feitos com régua e compasso, numa difusa atmosfera de sonho e expressão.
Aprendi a desenvolver um gestual particular,
Aprendi que a obra de arte não pode ser inteiramente linda, que deve ter conteúdos de estranheza, como uma receita com temperos equilibrados.
Aprendi que nunca se é demasiado generoso,
Aprendi a observar como os orientais observam.
Aprendi a pintar, com aquele que foi professor de Gustavo Rosa e de Sou Kit Gom. Que privilégio!
Atenta ao seu jeito de trabalhar, ao seu vigor na pincelada, a sua expressão, sua força, sua concentração (nossa, que Show!) acabei testemunhando meu próprio desenvolvimento. Posso dizer que FANG é um verdadeiro Mestre. Ele conhece o caminho e guia seus alunos por ele.
Guardo comigo a alegria de pintar em seu jardim.

Responsabilidade




O Artista não é uma pessoa dotada de livre arbítrio que persegue seus próprios objetivos, mas alguém que permite à Arte realizar seus propósitos através dele. Como ser humano, ele pode ter humores, desejos e metas próprias, mas como Artista ele é "homem" num sentido mais sublime - ele é um homem coletivo – alguém que carrega e molda a vida psíquica inconsciente da humanidade.
(Jung)

Minha formação em psicologia me apresentou pensadores fantásticos, como esse. Apesar de ter desviado da carreira, faria tudo de novo.

"As causas são internas.
Externas são apenas as desculpas."
(Rajneesh)

Jorge Franco - Mestre nº 2


Claudia Fortunato foi uma das primeiras pessoas a acreditar no meu trabalho. Conseguiu um contato para mim com um grande amigo, dono de uma galeria. Feliz, peguei minhas fotos e lá fui eu ao encontro dele.
Quanta audácia! Hoje, olhando para trás, vejo o tamanho da minha desinformada petulância. Não imaginava que fosse uma galeria tão sofisticada. Era simplesmente uma das mais respeitadas do país.
Sérgio Caribé foi muito gentil comigo. Nem me mandou plantar batatas!
Era evidente que meu trabalho ainda estava muito cru. Ele me indicou meu novo professor: Jorge Franco.
Seu ateliê, na época, ficava na Cardoso de Almeida. Junto comigo havia mais cinco ou seis alunas. Ao som de música cubana, fazíamos desenho de figura humana e discutíamos teoria. Ao final da aula, apresentávamos os trabalhos para a apreciação de todos. Tardes muito felizes aquelas!
Tem-se dito que a matéria é luz que caiu na armadilha da gravidade. Isso se aplica perfeitamente aos trabalhos de Jorge, pois seu quadro é pura matéria, repleta de cor.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2005

"A mitologia não é uma mentira; mitologia é poesia, é algo metafórico. Mitologia é a penúltima verdade – penúltima porque a última não pode ser transposta em palavras. Está além das palavras, além das imagens, além da borda limitadora da Roda do Devir dos budistas. A mitologia lança a mente para além dessa borda, para aquilo que pode ser conhecido, mas não contado. O importante é viver a vida em termos de experiência e, portanto, de conhecimento, do mistério intrínseco da vida e do seu próprio mistério. Isso confere à vida uma nova radiância, uma nova harmonia, um novo esplendor. Pensar em termos mitológicos ajuda-o a se colocar em acordo com o que há de inevitável neste vale de lágrimas. Você aprende a reconhecer os valores positivos daqueles que aparentam ser os momentos e aspectos negativos da sua vida. A grande questão é saber se você vai dizer, de coração, um sonoro sim ao seu desfio." (Joseph Campbell)

Ao iventar uma nova realidade, o artista não está mentindo também não.
Está apenas inventando uma anedota visual.

domingo, 4 de dezembro de 2005



"A Arte não é um passatempo, mas um sacerdócio."
Jean Cocteau

sábado, 3 de dezembro de 2005

João Carlos Pensa - Mestre nº 1


"A arte surge a meio caminho do homem e do universo. Nela, ele se reconhece, encontra seus pensamentos e seus sentimentos, ao mesmo tempo que faz seu aquilo que o cerca e que não é ele. A dualidade irredutível de sua dupla experiência externa e interna se encontra, enfim, resolvida." (René Huyghe)


Essa é uma história que parece ter sido inventada… A começar pelo personagem principal, meu primeiro professor de pintura, figura real e surreal.
João Carlos Pensa apareceu no meu caminho quando eu já completava um ano de experiências solitárias no campo da pintura, como artista auto-didata.
Ao amigos Cléo e Leonardo Leitão da Cunha, me presentearam com as aulas desse grande mestre, que na época já era professor do Leonardo.
Como não tinha dinheiro para pagar as aulas, aceitei com alegria o importante presente, sentindo muita expectativa e vertigem.
Reuni as fotografias dos trabalhos que havia realizado até então, coloquei-as debaixo do braço e me dirigi à casa do mestre, cheia de apreensão e pressa.
Seu ateliê ficava dentro de sua casa repleta de tapetes, objetos de porcelana, troféus de salões e principalmente pinturas de João Carlos: coloridas obras surrealistas, elaboradas com perfeição realista, cheias de detalhes e informações que conseguiam retratar até mesmo óperas inteiras numa única tela.
Ele estava sentado em sua poltrona, acendendo um cigarro no outro enquanto me olhava com reservas. Simpático, porém altivo, o senhor já deveria ter quase setenta anos de sotaque argentino e muita espirituosidade.
Eu sentei bem na pontinha do sofá, bolsa no colo e costas retas, sem saber como relaxar as mãos.
João Carlos Pensa começou a implicar com a mocinha que trabalhava em sua casa e servia desajeitadamente os cafezinhos. Iniciamos a conversa. Seu bom humor agora era claro como a luz que tentava entrar pelas grossas cortinas de sua sala.
Eu me percebia bastante insegura e cheia de nove horas. Depois de muito conversar sobre os caminhos que me levaram a té ele, examinou minhas fotos em silêncio.
Suas apreciações me deram uma violenta rasteira: "Para ser artista precisa ser assim, assim, assado. Você, minha querida, não é nada disso". Juro que não lembro das palavras que usou para me agredir. Bloqueei. Lembro apenas de sair de sua casa com as pernas meio bambas, atordoada com as críticas. Perdida no rumo de casa, não conseguia chorar.
Quando voltei ao seu ateliê na semana seguinte para a próxima aula, ele perguntou com um sorriso: "Teve coragem de voltar, mesmo depois de tudo o que eu disse?". Hoje me pergunto se tudo teria sido apenas um teste, uma brincadeira.
Bom, só sei que começamos a trabalhar. Sempre muito obediente e dedicada, seguia suas ordens sem medo de estragar os trabalhos que pensava já estarem terminados. Ele brincava muito comigo, me chamando de metida por me ver pintar com a mão no bolso. Acendia um cigarro no outro e sorria.
Em pouco tempo entrei mitologicamente para a sua família. Ele resolveu espalhar para os quatros cantos que eu era sua sobrinha e começou a me dar aulas de graça. Eu que detestava mentiras, não conseguia afirmar que aquele querido sexagenário de humor ácido era irmão de minha mãe… Fui tratada com carinho por todos a quem ele me apresentou e por seu intermédio comecei a expor nos primeiros salões. Continuava pintando sob sua orientação, tentando dar o menor trabalho possível, visto que ele não me cobrava nada.
O carinho dele por mim era verdadeiro. Sua esposa Vera ficou amiga de minha mãe e sempre nos encontrávamos em datas comemorativas. Realmente viramos uma família, pois a amizade teve raízes fortes.
O tempo passou e minha pintura pedia para tomar novos rumos. Parei com as aulas, mas nunca deixei de conviver com ele. Nossa amizade se fortalecia a cada encontro, um mais feliz que o outro.
Tive outros professores, tracei outros caminhos e ele continuou firme pelo seu.
Os cigarros repetidos começaram a fazer efeito. Certo dia fui informada de que ele tivera um problema sério de coração, mas que voltara para casa.
Passado o momento crítico, ele e sua mulher se separaram. Ele saiu de casa e procurou um novo ateliê, simples e pequeno para a sua grande arte. Fui visitá-lo com minha mãe, no espaço que ficava em cima de uma loja de aquários e peixes, na rua Caconde. João Carlos parecia cheio de planos nas duas salas cheias de tintas, telas e cinzeiros entupidos de bitucas.
Mais algum tempo se passou e João Carlos Pensa foi parar no quarto de empregada da casa de seu filho. Nunca entendi o que foi que aconteceu em sua vida para que ocorresse essa reviravolta toda.
Combinamos que eu iria visitá-lo. Pouco antes de eu sair de casa Pensa me telefonou pedindo cigarros. Parecia desesperado. Provavelmente estava proibido de fumar pela família e pelo médico. Fiquei sem saber o que fazer. Eu sabia que ele estava muito mal de saúde e que não deveria fumar. Ao mesmo tempo, sabia que a síndrome de abstinência forçada pela proibição iria prejudicá-lo muito mais. Lembrei das palavras sábias do meu pai, médico geriatra, que dizia: "Se você não pode dar uma vida digna a alguém, pode ao menos dar uma morte digna".
Comprei os cigarros e fui ao seu encontro. Sabia que esta poderia ser a última vez que nos encontraríamos nesta existência e essa aflição fez com que eu me perdesse várias vezes no caminho. Levei ainda um bolo, que ele não chegou a comer. Entrei pela lavanderia, disposta a ficar a tarde inteira com ele, até o anoitecer se fosse preciso.
Conversamos um pouco, ele estava muito abatido e triste, os ombros caídos. Disse que iria embora logo. Eu nada respondi. Ficamos um bom tempo em silêncio… Lembramos de seus tempos de glória e constatamos que ali não era o lugar dele.
Ele acendeu um cigarro no outro e pediu para que eu fosse embora, que ele estava muito cansado e pretendia dormir. Eu não queria ir, mas atendi ao seu pedido.
Ele me levou até a porta do elevador e nos despedimos com carinho, combinando de nos encontrar novamente naquela mesma semana. Uma hora depois ele faleceu.
Fui a última pessoa a estar com ele, num momento de comunhão e amor. Minhas crenças me impedem de lamentar seu destino. Acredito que suas experiências de glória e desamparo só o tornaram ainda mais especial. Sua grandeza jamais poderia ser abafada, houvesse o que houvesse.
Essa passagem das nossas vidas é algo que sinto como sendo muito particular, muito meu e dele, mas ao mesmo tempo sinto que deve ser contada, compartilhada pela sua beleza e dureza. No lindo ateliê em que ele se encontra agora não existe vaidade nem orgulho. Apenas a certeza de se ter vivido da melhor maneira possível.
João Carlos Pensa nasceu em Cornélio Procópio. Foi morar na Argentina em sua infância, onde adquiriu um sotaque que nunca o abandonou e onde estudou com Gramajo Gutierrez. Estudou Arte na França, mais precisamente em Sorborne e teve aulas com os artistas Gutuso e Mariete Lydis, na Itália.
Restaurou os museus do Vaticano e os afrescos que conduzem à Capela Sistina.
Arquiteto e pianista, trabalhou no teatro Scala como cenógrafo e figurinista. No teatro Còlon em Buenos Aires trabalhou para o Balé cubano de Alícia Alonso e o Balé do Marquês de Cuevas.
Seu nome não é muito conhecido pelo mercado de arte paulista apesar de possuir diversos prêmios como o Grande Troféu Giuliano Ottaviani, a Paleta de Ouro Van Gogh, o Grande Troféu do Rotary Club de São Paulo e ter representado o Brasil na Bienal Internacional do México em 1998.
Sentirei a falta de sua personalidade única por toda a minha vida. Reconhecerei para sempre a importância de sua presença nas minhas obras e na minha história.
Precisava deixar isso tudo registrado. Não encontrei quase nada sobre ele na internet.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2005

Emanuel Von Lauenstein Massarani


Segue a crítica de Dr. Massarani sobre o meu trabalho.
Homem único, culto e muito sábio, a quem admiro profundamente e serei sempre-sempre grata.
Suas palavras me emocionam: "É de mim que ele está falando mesmo?"

A pintura de Fernanda Rodante, de referência pós-cubista, se abre a um amplo respiro expressionista

A artista Fernanda Rodante possui uma dupla natureza, uma mais clássica e rigorosamente especulativa, outra mais romântica, sentimental e efusiva. A primeira, expressa através de um desenho sólido e arquitetônico de derivação cubista, a segunda, entregue a um calor transfigurante de origem expressionista, sensual e lírica.
Não se trata de um contraste negativo pois podemos constatar como a artista consegue harmonizar e compor os dois aspectos de sua personalidade num estilo maduro e unitário. Mas o valor poético de suas pinturas não nasce de uma alusão expressionista, surge exatamente do oposto da reconstrução da forma, seja no clima e na atmosfera de sonho da própria cor.
Trata-se de um testemunho bastante confortador especialmente nos dias atuais de plena validade de uma arte que recusa o naufrágio na irresponsabilidade criativa para afirmar, entretanto, a exigência de uma forma que nos restitui, através da obra do artista, a confiança em nós mesmos.
Sem renunciar a pressupostos figurativos e de desenho, a pintura de Fernanda Rodante se abre a um amplo respiro, não só quanto à concepção mas quanto à riqueza de luz, ao empasto das cores, à plasticidade do ritmo e sobretudo a uma habilidade totalmente moderna de composições e sobreposições. A matéria de suas obras entra no efeito total, dando ao conjunto um particular valor. São paisagens, figuras, naturezas mortas onde a cor, amalgamada na matéria, alcança também intensos e preciosos "degradés".

quinta-feira, 1 de dezembro de 2005



A pintura é como a merda. Não se explica, sente-se.
Toulouse-Lautrec

A função mais importante da arte e da ciência é despertar o sentimento religioso cósmico e mantê-lo vivo.
Einstein

Nasceu!

A tela está em branco.
Imagens pedem para aparecer.
Estica, estica. Cabeça nos ombros.
Lá vamos nós!