sexta-feira, 2 de dezembro de 2005

Emanuel Von Lauenstein Massarani


Segue a crítica de Dr. Massarani sobre o meu trabalho.
Homem único, culto e muito sábio, a quem admiro profundamente e serei sempre-sempre grata.
Suas palavras me emocionam: "É de mim que ele está falando mesmo?"

A pintura de Fernanda Rodante, de referência pós-cubista, se abre a um amplo respiro expressionista

A artista Fernanda Rodante possui uma dupla natureza, uma mais clássica e rigorosamente especulativa, outra mais romântica, sentimental e efusiva. A primeira, expressa através de um desenho sólido e arquitetônico de derivação cubista, a segunda, entregue a um calor transfigurante de origem expressionista, sensual e lírica.
Não se trata de um contraste negativo pois podemos constatar como a artista consegue harmonizar e compor os dois aspectos de sua personalidade num estilo maduro e unitário. Mas o valor poético de suas pinturas não nasce de uma alusão expressionista, surge exatamente do oposto da reconstrução da forma, seja no clima e na atmosfera de sonho da própria cor.
Trata-se de um testemunho bastante confortador especialmente nos dias atuais de plena validade de uma arte que recusa o naufrágio na irresponsabilidade criativa para afirmar, entretanto, a exigência de uma forma que nos restitui, através da obra do artista, a confiança em nós mesmos.
Sem renunciar a pressupostos figurativos e de desenho, a pintura de Fernanda Rodante se abre a um amplo respiro, não só quanto à concepção mas quanto à riqueza de luz, ao empasto das cores, à plasticidade do ritmo e sobretudo a uma habilidade totalmente moderna de composições e sobreposições. A matéria de suas obras entra no efeito total, dando ao conjunto um particular valor. São paisagens, figuras, naturezas mortas onde a cor, amalgamada na matéria, alcança também intensos e preciosos "degradés".

1 Comments:

Blogger Unknown said...

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01 fevereiro, 2008  

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