segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Ela é arrebatadora.

Sua passagem não deixa as pedras no lugar.

Ela é a certeza que anda acompanhada do medo...
A certeza que vem acompanhada da incerteza.
E de infinitas perguntas.
Quem é ela?
Como ela é?
Por que ela?
Por que aqui?

Curiosamente, pensar nela me faz sentir a vida.
Me obriga a aproveitar os momentos passantes...
E a correr para deixar algo construído
Sem tijolos
Correntes que não têm peso;
Pontes que não se pisam;

Laços sem tecido.

Antes dela me levar
Nesse mundo estou a girar - criando pegadas de todas as qualidades!
Algumas mais perenes
Outras menos.
De algumas me orgulho, de outras me arrependo.

Mas são as minhas marcas, as pistas da minha passagem.
A prova da minha coragem.

Esse ano ela flertou comigo
E conheci melhor os meus amigos.

Cada um deles na sua corrida, talvez perguntando, talvez apenas passando.
Atravessam os dias, gastam os dias...

Gastamos os dias!

Mas, se pensarmos nela com cuidado

Não conseguiremos deixar 
para os momentos de amanhã 
o que podemos fazer nesse dia solitário...

E não falo de trabalhos burocráticos, arrumações ou construções com tijolos!

Falo de palavras, atos, gestos...
Perdão e perguntas;


Laços sem tecido.



sexta-feira, 9 de maio de 2014

Que paraíso é esse em que tantas mães padecem?

A palavra paraíso não combina com sofrimento... mas essa confusão de imagens traduz bem essa experiência extraordinária que é ser mãe.

Ser mãe é viver num universo muito complexo de sentimentos. Ao mesmo tempo em que amamos, frequentemente nos cansamos. Ao mesmo tempo em que temos fé que nossos filhos estarão sempre bem, tememos por eles. Rimos, choramos, sentimos todos os tipos de medos - até de pernilongos-, enfrentamos inseguranças com relação a nossas ações e nem sempre conseguimos nos livrar das expectativas que criamos.

Hoje de manhã, refletindo sobre o paraíso e a maternidade, me veio um pensamento, uma ideia de que o paraíso reside na consciência tranquila. Mas será que é possível atingir essa tranquilidade? O que significa isso?

Paz. Se não for possível conquistá-la em sua plenitude, podemos ao menos fazer alguns exercícios para chegar perto dela.

Acredito que a primeira coisa a fazer é se conhecer. Se entender como alguém que comete falhas, mas que nem por isso deixará de fazer o melhor que puder. Aliás, justamente porque sou falível, farei o meu melhor.

Achar a Paz é se perceber, conseguir se observar nas horas de nervosismo e aflição. Essa percepção já muda muita coisa, como um despertador tocando no meio do pesadelo.

Durante a minha gravidez eu consegui essa façanha de me sentir em paz, mesmo trabalhando até de madrugada. Eu tive a sorte de escolher um companheiro mais do que companheiro, o que adiantou em 50% essa conquista.

Mas os medos que rondam essa fase não me abalaram tanto, porque eu fiz o melhor que pude: um pré-natal com um médico mais do que confiável, não fumei, não bebi, evitei remédios a todo custo, me alimentei bem e bebi muita água. Quando algum medo me visitava, eu encontrava a tranquilidade pensando que o bebê já estava vivendo a história dele. A saúde do neném, a sua formação física, a sua sobrevivência, estavam totalmente fora do meu alcance. Tudo o que viesse a acontecer seria a história dele (no meu caso, dela). Eu fui, assim, mera expectadora do milagre da vida.

Como mãe de primeira viagem, comecei a rever a minha relação com a minha própria mãe a partir do momento em que tive a certeza de que estava gestante. Não preciso dizer que chorei muito. Muito. E isso porque fui muito boa filha.

Mas acontece que o amor e a admiração que tive pelo meu pai acabaram por nublar a visão de tudo o que a Dona Heloisa sempre fez por mim.

De repente vi. Ela trocou minhas fraldas. Ah! Trocar fraldas é uma imagem comum para qualquer pessoa (todo mundo sabe que sua mãe trocou suas fraldas... dependendo da idade e da condição financeira que se tenha, sabe até que a mãe lavou essas mesmas fraldas!). Mas vi minha mãe me ensinando a falar, a comer com o talher, a desenhar, a pintar, a recortar e colar com casca de ovo. Vi minha mãe me ensinando a me comportar na casa das pessoas, no banco da igreja, na loja, na rua, a arrumar meu quarto, amarrar o sapato. Ela estava do meu lado nas dores de barriga e me levava bolachas de água e sal com queijo na cama em todas as minhas crises. Ela simplesmente me levou a todos os lugares, à escola, ao parque, ao aniversário... E não foi por um ano ou dois. Acho que não vou conseguir agradecer devidamente por tudo. E nada disso foi feito para que eu agradecesse, visto que só percebo agora!

Nessas datas comemorativas, feliz daquele que percebe que tem alguém a agradecer. Sei que muitos não têm as melhores lembranças. Nesses casos a única maneira de perdoar é compreender o outro. Se colocar nos sapatos surrados do outro e fazer diferente, para não carecer da compreensão e do perdão de alguém.

Mas, voltando ao assunto: a dica é aproveitar a curta vida para agradecer. É mais fácil do que parece. E mais gostoso também. Não importa como a outra pessoa irá reagir. Assim como na gravidez, só temos poder sobre as nossas ações. Mas que as nossas atitudes sejam as melhores possíveis.

Minha mãe me ensinou que é mais gostoso dar do que receber. E é mesmo.

Então, que nesse dia das mães estejamos mais engajados em agradecer do que em receber a gratidão.
Quem não puder, não tiver mais tempo para dizer à pessoa que lhe cuidou o quanto sente de gratidão, faça uma prece na sua religião. E procure outras pessoas que você reconhece que merecem um abraço apertado nesse dia.

Eu vou agradecer às minhas avós em oração (porque avó é a melhor coisa do mundo)... à minha sogrinha também, por tudo que fez pelo meu marido. Ela foi uma mãe muito lutadora, um exemplo de fortaleza a ser seguido. E hoje, para a minha felicidade, recebe toda a minha gratidão, por tudo o que tem feito por mim e pela minha filha.


Agradeço à minha cunhada, que foi mãe de duas lindas princesas de uma vez só, e que tem toda a minha admiração pela maneira doce e amorosa com que cuida das minhas afilhadinhas. Dos meus dois coraçõezinhos gêmeos que batem fora do meu peito.

Agradeço às amigas da minha mãe, que foram carinhosas comigo e colaboraram para a estrutura da minha personalidade. O carinho delas me impacta até hoje, embora elas não saibam.

Agradeço às minhas amigas que são exemplos de amor de mãe pra mim também. E agradeço às mães dos meus amigos.

Agradeço à Nanilda, que esteve ao lado da minha mãe nessa jornada e me deu vida com sua comida.

Agradeço à minha mãe e agradeço à minha filha, por me ensinarem essa nova forma de amor.

Que Deus abençoe a todas!


O Paraíso é ter vocês, nesse mundo tão lindo e tão difícil.



domingo, 2 de junho de 2013

Uma carta ao Sr. Feliciano e a todos os que ficam colocando fotos de tomadas no Facebook














Resolvi escrever esse desabafo porque cansei.


  • Cansei de ver as pessoas se intrometerem nas vidas umas das outras. 
  •  Desde pequena nunca entendi como - nem por quê - alguns tantos tentavam impor sua fé aos outros. Agora vejo incontáveis desabafos de pessoas dizendo que “Ser gay está na moda”, que eu resolvi falar também. 
  • Doce é a minha ilusão de que vou conseguir fazê-los refletir, mas vou me valer da minha cidadania para dizer o que penso também. Ser gay não está na moda. O que está na moda é a liberdade de assumir a própria sexualidade. Com o mundo repleto de pessoas que adoram julgar e são cheias de verdades, ter a coragem de se expor é digno de aplauso sim. Por favor, parem de ditar as suas regras para quem não precisa delas, ou não as quer. 
  • Claro que vocês também têm a liberdade de se expor, mas sexualidade é algo muito pessoal. Se vocês forem pessoas monogâmicas, só há então uma pessoa no mundo cuja opção sexual deve lhes interessar: a do seu amor. Eu acredito que você só deve se preocupar com opção sexual de alguém se estiver interessado em ter relações com ela. Caso contrário, isso não lhes diz respeito. Vocês entenderam? 
  • Sou uma entusiasta da liberdade, mas também acredito que ser livre é ser responsável. E a liberdade de uma pessoa vai até onde começa a da outra. Sinto falta disso no Brasil. Em outros lugares deve faltar também, mas como vivo aqui, posso afirmar sem medo de errar. Muita gente ainda precisa aprender a se comportar no mundo. Mas isso se aplica às pessoas de um modo geral, independentemente de sexualidade. Esse é o aprendizado de cada um. 
  •  única coisa que não suporto, que me revolta, que não faz nenhum sentido, é a agressão e a violência. Se não posso aceitar que se interfira na individualidade de alguém, muito menos posso conceber que alguém faça mal ao outro por causa de uma escolha sexual, uma camisa de futebol, um gosto musical, e por aí vai. Eu nunca irei entender, nunca, como alguém é capaz de agir nesse sentido, de entrar na vida de outro e causar qualquer tipo de dor, de trauma, de ferida. Vocês também não, tenho certeza. Então vamos unir as nossas forças em torno do que realmente interessa: a Paz. Vamos trabalhar em prol do entendimento, pela tolerância e pelo Amor. Façamos da nossa vida um exemplo.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

A vida é muito fantástica para ser vivida de maneira mesquinha...

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Amor e Fé



Faz tempo que estou para postar essa foto no Blog...
Demorei porque queria escrever palavras especiais...

Essa linda moça me procurou um dia para pintar sua família
e entrou para a minha.

Ela é uma pessoa tão doce e suave,
de alma tão perfumada... que demorei.

Esse quadro mostra o encontro dela
com outra alma bem perfumada.

Felizes celebram o Amor e a Fé.

Essas duas palavras os descrevem bem.
Achei! Essas são as palavras especiais!

Que assim seja sempre.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

uma reflexão para o novo ano... ou para o dia de amanhã mesmo.



Pensar em recomeço é bom.
Nessa vida a gente dorme e acorda, dorme e acorda, dorme e acorda.
Recomeçamos todos os dias santos.
E nesses recomeços sempre podemos fazer diferente, ser diferentes.
É muito chato ter uma chance de ser melhor, mais generoso, mais paciente, mais qualquer coisa que se queira ser... e não ser.
As pessoas dormem e acordam, dormem e acordam e não pensam nisso.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Exposição Bandeiras

Todas as imagens dos quadros e as respectivas frases podem ser vistos no link:

http://www.facebook.com/home.php?#!/album.php?aid=2021259&id=1192044301

Paz



Por que existem guerras, se tudo pode ser resolvido no par ou ímpar?

Agradeço ao meu querido Poeta Paulo Bonfim, que escreveu essa frase pra mim, inspirado nessa obra:

"Uma bandeira da Paz desfraldada sobre o mundo e a humanidade
voltará a sonhar um sonho de fraternidade,
um despertar de amor"

Jazz, hoje


Jazz é tudo que soa, que sua e que swinga.
Se apenas soar ou apenas suar ou, ainda, apenas swingar não será jazz.
Mas, soando, suando e swingando, tudo ao mesmo tempo, é jazz.

(Francisco Papaterra)
Uma feliz realização!

http://www.youtube.com/watch?v=f1OmcxJ6ijk

Meu marido criou a música com um grande, grande amigo.
E uma grande, grande amiga deu movimentos aos meus desenhos...

Amizade aparecida



Imagem feita especialmente para um hall de entrada;
Diz aos visitantes que sua presença era mais do que esperada.
Allegria! Gioia!












Allegria
Come un lampo di vita
Allegria
Come un pazzo gridar
Allegria
Del delittuoso grido
Bella ruggente pena, seren
Come la rabbia di amar
Allegria
Come un assalto di gioia

Allegria
I see a spark of life shining
Allegria
I hear a young minstrel sing
Allegria
Beautiful roaring scream
Of joy and sorrow, so extreme
There is a love in me raging
Allegria
A joyous, magical feeling

Guernica Rodante



Amo Picasso, mas abaixo as touradas...