sexta-feira, 9 de dezembro de 2005

Antonio Rodante


Antonio Rodante… Minha primeira referência em Arte…
Irmão mais novo do meu saudoso pai, já pintava antes mesmo de eu nascer. Cresci em seu ateliê, acompanhando fascinada seus trabalhos e projetos, me encantando não apenas com seus desenhos, pinturas, esculturas, criações de cenários, fantoches e peças de teatro, mas também com sua entrega, sua paixão por todas as formas de expressão e sua dedicação incondicional à Arte.
Apesar de ser um apreciador da leitura e da reflexão sobre todas as vertentes da criação, Antonio sempre me pareceu trazer uma bagagem pessoal, algo que transcende a simples questão do Dom, da Vocação e que atinge um outro patamar, algo como o transpirar de um espírito crítico e um conhecimento de causa que vai muito além do estudo.
A Arte de Antonio Rodante é enigmática como ele próprio. Resultado de anos de pesquisas de materiais, de estudo de História, preocupação com as implicações sociais de seu trabalho, somadas a uma visão de mundo muito particular, apaixonada e detalhista, alcança tremendo grau de estruturação e de conteúdo que apenas os museus conseguiriam abrigar. A especial maneira como ele observa o mundo e a forma como ele elabora esta mesma visão, traduz-se num trabalho marcante, único e muito forte.
Suas esculturas, firmes e virtuosamente elaboradas, possuem seu sangue e sua maestria. Suas pinturas, rapidamente e impulsivamente finalizadas, ao mesmo tempo em que são demoradamente formuladas e profundamente racionalizadas, possuem um valor inestimável e individual…
Sua influência no meu trabalho se apresenta principalmente na questão da superação. Meu maior crítico e exemplo, colocou seu próprio sangue na minha primeira escultura.
Foi ele quem me deu esse cachorro. O nome dele é Dooley (do desenho do pica-pau). Esse fiel personal inspirator me faz bastante companhia enquanto pinto, mas já destruiu uma meia dúzia de pincéis.